quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

DA CIRURGIA BUCO MAXILO

Podemos dizer que há exatos 7 dias atrás eu estava apavorada. Minha irmã, Luiza Gimene, já tinha passado por esta cirurgia e vimos o quão valente foi. Ela foi a primeira a fazer uma cirurgia que nenhum de nós tínhamos ouvido falar! Por que então eu estava com medo?

Simples: o destino arranjou uma maneira de deixar qualquer pessoa ansiosa em desespero: colocou ao meu lado uma mulher que fez exatamente a mesma cirurgia que eu (maxilar de cima, de baixo e desvio de septo) que fez questão de falar que nela tinha dado tudo errado. E tinha mesmo, porque olhar pra cara dela não era nada animador...

Depois de uma conversa com meu pai, resolvi aos poucos trabalhar meu pensamento: a cirurgia só depende dos médicos, a recuperação depende de mim.

Dormi o que consegui e fomos, eu e minha mãe para o hospital fazer a dita-cuja. Caramba: eu estava de jejum, mas fui ao banheiro como se tivesse tomado muita cerveja! Nervoso? Imagina!

Depois da cirurgia, somente a alegria de estar viva (olha o exagero!!) e bem! Não sentia dores, apenas sono e cansaço. Tive quatro cenas que deixariam qualquer diretor dos filmes de exorcismo com raiva de não terem uma câmera naquele momento, mas isso abalou mais quem estava vendo do que quem estava fazendo: um alívio!

Hoje, depois de 6 dias da cirurgia posso dizer que venho aprendendo uma coisa muito importante comigo: RIR DE MIM MESMA!

Claro! Porque não seria engraçado você abrir a boca e falar algo que quase ninguém entende? Porque não rir que você não sabe mais onde é a sua boca? Que entre sua prima de 1 ano e meio e você, de quase 24, quem está babando sorvete e se lambuzando toda é você? Porque não seria engraçado o fato de você terminar o recheio da pizza de frango com catupiry depois que todos já repetiram os seus e já estão na sobremesa? Porque não rir que a cada 10 palavras que eu escrevo aqui eu tenho que parar para limpar a minha baba?

Vai me dizer que isso não é cômico?! Claro que é!

A alegria de conseguir tomar leite direto da xícara (sem colher ou canudo), de tomar omeprazol direto do comprimido, de conseguir comer arroz com feijão, bolo de chocolate amassadinhos, mesmo que seja em 1h aquilo que normalmente eu faria em 2 minutos!

Rir de mim mesma nessas situações é o que me está ajudando a lidar com o peso de um rosto inchado e de um nariz tampado. São fases, vai passar!

Claro que tem momentos em que eu perco a paciência e fico irritada, normal! Mas vai passar.

Tudo passa, e essa cirurgia está passado, dia após dia, no ritmo do meu corpo, com a imensa ajuda de mainha que é uma excelente enfermeira, de meu pai, que me olha todo dia incentivando que estou cada vez menos inchada, de Rosinho que limpa todas as minhas babas e melecas de comida, e claro, de Luiza, que me deu a força e a vontade de enfrentar essa cirurgia como ela!

Ainda não acabou! Volto no médico amanhã. Mas acredito que o pior já passou.

E sabe o que mais está doenda nessa história? Minha panturrilha....

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