quinta-feira, 6 de junho de 2013

O BALLET DO HOMEM MODERNO

Faço ballet há 2 meses pela primeira vez na minha vida. Quando era pequena preferia a capoeira, embora nunca tenha feito. Achava mais legal por causa da música. Minha irmã, Luiza Gimene, faz ballet desde os 15 anos, hoje, com 20, já é formada. Quem conhece ballet sabe que é uma dança muito difícil, muito perfeccionista, então podemos concluir que ela se deu muito bem na dança. Só a gente conclui, ela não.

O ballet, ao meu ver, é a dança que mais estimula a competitividade entre as suas bailarinas. Como é uma dança muito difícil, cada aula é um aprendizado corporal e psicológico que a bailarina, se souber apreender tudo o que aprende, poderá atingir um auto-conhecimento e auto-controle muito bom! Se não, vai cair na mania-mor de quase todos os alunos: observar o outro para se engrandecer nele. Alguma comparação com a vida que a gente leva?

Nesta dança, tudo tem que estar duro e posicionado (sem piadas de duplo sentido, por favor!). Quadril encaixado com a coluna, abdômen contraído, perna firme e reta (sem dobrar o joelho!), pés e pernas apontados para fora, parecendo um patinho, braços firmes e duros. Rosto? Sorrindo. É tudo muito difícil e muita informação para um ser-humano. Aprender a controlar seu equilíbrio, sua força, e ainda passar a ideia de que está tudo bem, tranquilo, é algo que demora às vezes, anos!

Ontem, pensando e conversando sobre a vida com a minha colega do ballet Vivianne Mendes, fiz (mentalmente) um paralelo do ballet com o mundo em que vivemos hoje: devemos nos manter firmes, seguros, fazendo e pensando em mil coisas ao mesmo tempo, mas, em hipótese alguma devemos transparecer que estamos sofrendo. Sorria!

A necessidade de se mostrar feliz pros outros nos leva a procurar mil coisas para fazer na tentativa de achar aquilo que a gente acha que realmente vai nos completar, como pessoa ou conhecimento. Mas, sempre que avaliamos nosso grau de satisfação, por incrível que pareça, ele está baixo. E logo pensando em outra coisa que desejamos fazer e ainda não fizemos por falta de grana, ou de tempo mesmo.

Engraçado que a opção de parar para se ouvir, se conhecer, pensar, é sempre a última, porque consideramos um corpo parado inativo, devemos sempre estar em movimento, sempre prontos para o que a vida vem nos trazer, afinal, quem sabe se nessa nova atividade a minha vida não muda?

Em conversa com Vivian Ragazzi, aqui do meu trabalho mesmo, chegamos à conclusão de que o homem é movido pelo pensamento que os outros tem -ou podem ter- dele. O que o outro vai pensar de você é mais importante do que você pensa de você mesmo. A opinião do outro sobre a sua pessoa muitas vezes o faz agir como essa pessoa espera que você aja!

Não que eu ache isso extremamente ruim, afinal, a necessidade de provar para os outros que você pode mais é que levou o homem a estar onde ele está agora.

O desejo de "ser" é o que mais move o homem, só não pode ser maior que ele mesmo. E você, gostou do que eu escrevi?

Um comentário:

  1. Be.... adorei.... Realmente suas palavras me ajudaram a refletir sobre a conversa de ontem!!!!
    Beijos
    Vivi

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