O que me chamou atenção para assistir, além da dança, foi a homenagem à dois mineiros: João Guimarães Rosa - autor de Sagarana e muitos outros - e Milton Nascimento, um dos meus cantores preferidos. Quando você lê uma sinopse dessas, imagina mil coisas: poesias, danças baseadas nas histórias, músicas... Na realidade, o que eu vi, foi mais uma homenagem carinhosa aos dois mineiros do que propriamente uma mostra de suas obras: o diálogo feito somente com cidades mineiras "Caldas, caldas....", o sotaque mineiro, as vacas, o clima de fazenda... Me senti feliz. Aliás, não só eu! Todo o elenco parecia estar satisfeitíssimo com o espetáculo. Sorriam livremente, sem aquela obrigação do "cadê o sorriso?!". Muitas vezes vi uma dançarina com os olhos fechados, simplesmente curtindo e sentindo tudo aquilo que estava acontecendo.
Outra coisa que me pegou neste espetáculo foi a nossa mania de querer entender todas as mensagens. Às vezes, em uma espetáculo, entender é simplesmente SENTIR. Não precisamos racionalizar tudo, principalmente um espetáculo que não tem quase nada de diálogo. As sensações que me traziam me fizeram ficar assistindo aquilo o dia inteiro, e ali eu entendi que se tratava de uma homenagem carinhosa.
Ficava orgulhosa quando via exercícios de teatro no meio daquela dança toda: o famoso exercício das fotos, o exercício de escrever com uma parte do corpo, coro... Isso é mais uma prova de que tudo isso junto se torna uma coisa só, a arte.
Saí de lá feliz, e com vontade de assistir mais espetáculos assim: produção simples, sem grandes acontecimentos, dramas, mas bonito.
Foto de Guto Muniz |
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